XXXI
Se às vezes digo que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam,
Não é porque eu julgue que há sorrisos nas flores
E cantos no correr dos rios...
É porque assim faço mais sentir aos homens falsos
A existência verdadeiramente real das flores e dos rios.
Porque escrevo para eles me lerem sacrifico-me às vezes
À sua estupidez de sentidos...
Não concordo comigo mas absolvo-me,
Porque há homens que não percebem a sua linguagem,
Por ela não ser linguagem nenhuma.
(Poema retirado do livro"poemas escolhidos de Fernando Pessoa pg36".)
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)